quarta-feira, 13 de março de 2013

A ordem que virou caos.

Reconsiderando atitudes antigas, resolvi que estava na hora de tentar ser uma boa menina.
Me despi de todo tipo de prevenção que eu pudesse ter e abri meu coração da forma mais desinteressada possível desejando ver que a situação só era ruim porque eu a enxergava assim.

Dobrei o orgulho e a má impressão e guardei-os no fundo da gaveta. Empilhei as lembranças ruins dentro de uma caixinha que botei em cima do armário. Varri meu coração e minha mente, permitindo me tornar livre de qualquer resquício de momentos tristes, acreditando que se eu deixasse tudo limpo e arejado, as coisas ruins não voltariam a acontecer. O problema é que pra manter a ordem de um ambiente ocupado por mais de uma pessoa, é preciso cooperação de todos, senão não dura.

É, e não durou.
Não que eu tenha tido má vontade de manter tudo despoluído dentro de mim, mas é muito difícil deixar as coisas em harmonia quando se luta sozinho. Você quer ordem, a pessoa prefere o caos.

Tenho vontade de me estapear toda vez que lembro que deixei minha mente e meu coração desarmados acreditando que as coisas seriam diferentes se eu assim desejasse, e foi só você chegar para tudo virar um chiqueiro novamente.

Existem pessoas que são assim, sanguessugas, vampiros de sentimentos. Elas querem que você as venere, mas nunca acham que precisam demonstrar afeto ou preocupação em troca.
Querem ser ouvidas, mas não sabem ouvir. Querem ser amadas, mas não fazem questão de mostrar que amam. Desejam com todas as forças que você precise delas para terem o prazer de não ajudar.

São pessoas tão necessárias quanto uma perna quebrada.

Ninguém nunca vai poder dizer que eu não tentei
Eu permiti que você chegasse mais perto e te aceitei com todos os seus defeitos, acreditando que se viemos nessa vida juntos é porque temos algo a aprender um com o outro, mas infelizmente, tudo o que tenho conseguido tirar de ensinamento da minha convivência de mais de trinta anos com você é que você é exatamente o tipo de pessoa que eu nunca quero ser.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Quando foi que orkutizaram o amor?

Existe tanto tipo desnecessário de ~Eu te amo~.

Eu te amo de quem fez merda e quer ficar numa boa com você. 
Eu te amo de quem só lembra de dizer que te ama quando precisa de favor
Eu te amo de quem diz que ama, mas nem lembra que você existe. 
Eu te amo de quem diz amar só pra cumprir tabela. 
Eu te amo de quem ama na frente e mete o pau nas costas. 
Eu te amo de quem ama tanto que tudo o que sabe fazer é desejar ser você. 
Eu te amo de quem já amou, não ama mais, mas se acostumou a dizer.
Eu te amo de quem nunca amou, mas acha conveniente dizer que ama.
Eu te amo de quem achou que amava, mas se enganou (como se isso fosse possível).

Sentimentos ruins estão sendo camuflados com Eu te amo. Segundas intenções estão vindas embrulhadas em Eu te amo. Atitudes desprezíveis andam se fantasiando de Eu te amo.

Quando foi que orkutizaram o Eu te amo?
Quando foi que o ato de amar se tornou tão banal quanto apertar um interruptor?
Quando foi que as pessoas se acostumaram a confundir amor com interesse, conveniência, falsidade, compensação?

Enfim, quando foi que esquecemos como e quando devemos usar o Eu te amo?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sobras de você.

Quem te disse que você podia deixar fragmentos seus na minha vida?
Quando você saiu dela deveria ter recolhido todas as suas sobras, limpado as gavetas da minha memória e varrido o chão da minha alma, para que não sobrasse nada de você aqui.

Você sabia que o lugar seria habitado por outra pessoa, mas parece que fez questão de deixar suas impressões digitais em tudo. Ai, vez ou outra, quando é dia de faxinar a alma eu encontro vestígios seus.

Pois trate de pegar vassoura e saco de lixo e vir aqui limpar a bagunça que você deixou.
Quero tudo limpo, sem marcas nem lembranças. Deixe o lugar como se ele nunca tivesse sido ocupado por você.

E por mais que eu tenha vontade de recolher tudo o que você deixou comigo, colocar em uma caixa e guardar no fundo da memória para o caso de um dia você voltar, prefiro que você mesmo venha até aqui me dizer que realmente devo jogar tudo isso fora...... ou não.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Descartável mundo novo.

"O que move o mundo é o amor."
AH TÁ! Só se for outro mundo, porque esse aqui onde vivemos com certeza é movido pelo interesse.
Antigamente as pessoas pareciam ser mais legais, e de graça. Hoje quanto mais útil você for para alguém, mais legal esse alguém será com você.


Aquele parente chato pra cacete sempre fica incrivelmente simpático quando precisa de uma grana emprestada.
Aquele seu conhecido que ignora completamente sua existência sabe exatamente como ser gente boa quando precisa pedir ou perguntar alguma coisa do interesse dele e que só você possa resolver.
Aquele cara pra quem tanto faz se você vive ou morre sabe bem como inflar seu ego quanto está a fim de um ~petisco~ e não há nada melhor para comer.


O que me revolta é que essas pessoas devem achar que os outros não percebem que elas agem assim. É praticamente um ode à burrice alheia.


Ninguém tem que ser legal quando e com quem não se quer, mas também vamos maneirar na simpatia forçada, no tapinha nas costas inexpressivo, na cara de pau absurda de tornar-se super legal do dia para a noite.


Num mundo onde as relações sociais e sentimentais tornaram-se quase que totalmente descartáveis, sinceridade virou item fora de estoque.
E vamos vivendo nossas vidas com declarações de plástico e sentimentos de papel.



terça-feira, 5 de junho de 2012

Central Virtual de Indiretas

Twitter foi criado para ser uma troca de experiências de forma resumida. Explique em 140 caracteres o que você está fazendo, fez ou fará. 
Mas é aquele negócio, Deus criou a água, o homem veio e inventou o KiSuco.
Não demorou para perceberem que indiretas também cabem em 140 caracteres, e foi aí que surgiu a modalidade mais praticada na web nos últimos tempos: a indireta virtual.


Praticamente todos os usuários do microblog praticam tal modalidade, uns são verdadeiros faixas pretas, outros ainda estão aprendendo a malícia da coisa.
O problema começa quando a pessoa resume sua existência virtual em provocar os outros. 


Não deu bom dia? Indireta. 
Falou com quem eu não gosto? Indireta. 
Mexeu com o cara (ou menina) que eu quero pegar? Indireta. 
Conversou com meu ex? Indireta. 
Me esnobou? Indireta. 
Não achou graça na minha piada que por sinal era ótima? Indireta. 
Falou mal de alguma coisa que eu gosto? Indireta. 
Kibou algum tweet ou texto meu? Indireta.


E tem também o outro lado que é levar para o lado pessoal todas as indiretas jogadas na timeline, inclusive as que não são para você.
A fulana disse que odeia pessoas que usam patins no gelo. Tu nunca sequer viu um patins de gelo de perto, mas tem certeza que aquilo foi escrito para você.
Se for ficar achando que todas as indiretas pescadas são para você, melhor deletar sua conta e ir brincar de outra coisa, do contrário você vai enlouquecer.


Já joguei muita indireta na minha TL. Umas tiveram exatamente o resultado que eu esperava, outras foram completamente ignoradas ou me custaram amizades que não se restabelecem mais.


A conclusão que cheguei com tudo isso foi que não se pode perder a chance de mandar uma boa DIRETA para se esconder atrás de uma INDIRETA.
A prática não é condenável, mas tem que ser usada com moderação. Do contrário causa dependência e incapacidade de dizer umas verdades na cara de quem realmente as mereça ouvir.



quarta-feira, 18 de abril de 2012

Média pra mim, só com pão na chapa.

Não faço média. Não adianta nem esperar isso de mim que vai perder seu tempo.
Se gosto da pessoa faço o que posso pra ser a melhor companhia do mundo, mas se a química entre nós não rolou, então esquece.
Se não puxo saco nem tendo motivo, imagina de graça...
Baseado nesse meu comportamento meu pai me classifica de ignorante, impulsiva, mal educada.
Obviamente sou o oposto dele (thanks God!).
Eu prefiro ser essa ignorante ambulante (salve Raul!) do que ser uma fingida super legal. Pelo menos quando eu disser que gosto de você, pode ter certeza que é verdade.


Tenho ódio mortal quando ele fala mal de alguém, ai é só a pessoa chegar na casa dele pra ele tratá-la como se ele a adorasse. 
Tenho nojo disso. Nojo de gente medieira, que fala uma coisa e faz outra, que é branco se tá olhando na cara e preto quando está pelas costas.
O cúmulo da falta de hombridade é dar tapinha nas costas de quem você não tolera. É dizer desejar o bem para quem na verdade você só deseja o mal.


Não exponha sentimentos que você não tem culhão pra assumir. Se não gosta de alguém, só externe isso para os outros se você tiver certeza que tem coragem de dizer isso na cara da pessoa, se for preciso.


Quer me julgar de estúpida? Vai lá, mas independente do que meu pai ou o resto pensar, vou continuar afirmando que média pra mim só no balcão da padaria, e de preferência acompanhada de pão na chapa.

terça-feira, 13 de março de 2012

Manual de Instrução.

Hoje pela manhã estava eu com três amigos no centro da cidade tomando café antes de começar nosso expediente. 
No meio do caminho tinha uma banca de jornal, local ideal pra matar tempo.
Vasculhando aquele monte de revistas novinhas (amo o cheiro da Veja recém impressa, mas também só o cheiro mesmo!) peguei uma daquelas que é voltada ao público feminino e li na capa:

" Manual Do Sexo Anal. 15 Maneiras Prazerosas De Praticar."

Um dos caras que estava comigo encostou do meu lado para ver o que eu estava lendo, olhou para minha cara e saiu rindo.
Coloquei a revista no lugar e quando estávamos saindo da banca ele perguntou:
"E aí, não vai levar a revista, achei o manual sua cara!".

e eu respondi:
"Vc acha que vou pagar R$ 12,90 pra aprender a dar o cu? Você pagaria? Não né, aprendeu de graça!"

E a tiazinha que estava no caixa ainda ficou olhando para a minha cara, provavelmente imaginando o tipo de moça fina e bem educada que eu sou. Certeza!